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Scania volta a semipesados e Volks pode passar Mercedes

A Scania voltou a expandir seu portfólio e introduziu caminhões da marca em uma categoria abandonada pela empresa: os semipesados. Com isso, o grupo comandado pela Volkswagen - que possui 71% do controle da Scania no mundo e que fez uma oferta de US$ 20 bilhões pela MAN- poderá dominar os dois maiores segmentos de vendas de caminhões no Brasil: os pesados, que respondem por 31%, e semipesados, com 35% das vendas totais. De acordo com os números da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), este ano, somadas, as duas montadoras de caminhões venderam entre pesados e semipesados 16,554 mil unidades, 63,4% do total, números que superaria as vendas da também alemã Mercedes-Benz em 43%, considerando suas vendas nesses segmentos no Brasil até maio.

Por enquanto, o posicionamento oficial da Scania parece não olhar por este lado. De acordo com o diretor geral de vendas e serviços da companhia, Roberto Leoncini, no momento a montadora enxerga a MAN como uma rival. E garante que no exterior a política de mercado é a mesma. Um reflexo disso é a expectativa de vendas da empresa de pelo menos mil unidades nos próximos 12 meses. A Scania já possui um planejamento de mercado que aponta para as vendas no longo prazo, mas que preferiu não revelar pelo fato de a Scania estar listada na bolsa da Suécia. Até o momento, já são 55 unidades entregues e mais 300 encomendadas o que ocupa a capacidade de produção da empresa paulista até o mês de agosto.

"Nos últimos dez anos devemos ter vendido pouco mais de 100 unidades nesse segmento. Era doloroso ser provedor de soluções de transportes ao cliente nos últimos quatro ou cinco anos e não ter um modelo semipesado para oferecer ao cliente e vê-lo optar por uma marca concorrente", comentou ele. "Se não vendermos mais de mil caminhões em 12 meses eu diria que somos incompetentes, e isso, não somos", desafia ele.

Se essa estimativa inicial de vendas se confirmar, a Scania passaria a deter uma participação de mercado equivalente a pouco mais da metade das vendas da Volvo e da Iveco até maio deste ano no segmento semipesado.

Leoncini minimiza o fato de os produtos da Scania apresentarem um preço mais elevado que os concorrentes pelo argumento de menor consumo de combustível e de gastos inferiores com manutenção em um período de cinco anos de vida útil comprado às marcas com as quais deseja competir. "Inicialmente, nosso produto era cerca de 30% mais caro em comparação aos líderes de mercado, mas com otimizações e melhorias de processos reduzimos essa diferença para algo entre 10% e 15%", afirmou ele. Essa diferença é a mesma entre os pesados da Scania e um dos modelos deste segmento que a MAN vende em território nacional.

Importados
A decisão de voltar aos semipesados ocorre em um momento oportuno, pois o mercado brasileiro de caminhões começa a entrar no foco das montadoras chinesas como a Sinotruck, no mercado de pesados e, mais recentemente, da Fotton, a maior montadora daquele país, que por aqui iniciaria sua operação por meio de veículos leves e semi leves.

Justamente o segmento de semipesados registrou até o mês de maio, segundo os dados mais recentes da Anfavea, o maior número de vendas em unidades, com 23,44 mil veículos. Esse número representa um crescimento de 31% quando comparado ao mesmo período do ano passado. É neste segmento que está também o maior ritmo de crescimento no mercado nacional de caminhões que na média apresenta expansão de 17,5%.

Na avaliação de Leoncini, esse crescimento está relacionado à renovação da frota brasileira, que neste segmento possui a maior idade média e também à ampliação do numero de veículos nas ruas brasileiras com o crescimento da economia nacional, que acaba elevando a demanda por caminhões à medida que a população aumenta o consumo. Esse cenário, disse ele, deve levar o mercado brasileiro a 200 mil veículos, número capaz de atrair a atenção de uma importante parcela de montadoras mundiais como no Chile, onde há cerca de 25 marcas no mercado, a maioria de veículos importados.

Capacidade de ampliar produção a empresa tem, afirma o executivo. Atualmente a produção diária da Scania é de 86 unidades. Porém, pode ser expandida para a casa de 120 veículos ao dia em função da capacidade instalada da empresa que é de 28 mil unidades ao ano. Número possível de ser alcançado com a redução das exportações e adoção de um terceiro turno de trabalho.

Apesar de a empresa afirmar que pretende oferecer soluções integradas de transporte a seus clientes, o executivo descarta o lançamento de modelos para atender outras categorias de caminhões no mercado brasileiro. Para ele, as otimizações na linha de produção comportam apenas as duas categorias de caminhões que agora são oferecidos. "Faz parte do DNA da Scania atuar nesas duas categorias", concluiu.

Fonte: DCI

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