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Derrame de notas falsas no Paraná

Um derrame de notas falsas está invadindo os caixas de lojas, mercearias, supermercados e bares do Norte e Noroeste do Paraná. O Cartório Central da Polícia Federal (PF) de Londrina registra um aumento de 47,56% em aberturas de inquéritos por crimes de moeda falsa entre os anos de 2006 e 2007. Notas de R$ 10 e R$ 50 são as preferidas pelos golpistas para serem falsificadas. Além do comércio de Londrina, o Terminal Urbano de Transporte Coletivo é considerado o local ideal para a disseminação das notas pelos falsários.

A Polícia Federal confirma o aumento das cédulas falsas desde setembro do ano passado. ''O número de notas falsas pode ser muito maior do que se pensa'', afirma Flavio Segundo Wagner, perito criminal. Ele explica que, pelo número de perícias feitas, pode-se deduzir que há uma quantidade considerável de notas falsas no mercado. A Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) também confirma o aumento.

''Há muita nota falsa sendo passada em bares, hipermercados e mercearias'', afirma Márcio José Francisco, representante de vendas de marcas de cervejas e refrigerantes. Segundo ele, dos 35 estabelecimentos que visita, em média, por dia sempre há alguém que caiu no golpe do dinheiro falso. ''Os falsários se aproveitam muito de comerciantes de mais idade'', comenta. Conforme o vendedor, a situação piorou nos últimos dois anos. ''Visito 170 estabelecimentos por semana em média, e todos reclamam dos falsificadores'', acrescenta.

De acordo com o presidente da Acil, Rubens Benedito Augusto, apesar do aumento das notas falsas no comércio, os associados foram informados, orientados e estão mais cautelosos. O representante dos lojistas observa que a presença de notas falsas foi mais ''forte'' em dezembro, mês das compras natalinas. ''Mas continuam aparecendo muitas notas.''

''Sempre aparece nota falsa em nosso estabelecimento, normalmente de R$ 10 e R$ 50'', assinala Fabio Pelegrini de Alencar, proprietário de uma padaria no Jardim Vilas Boas. Ele mostra à reportagem uma nota falsificada de R$ 50 e diz que passou a utilizar uma caneta, que ao riscar a cédula, detecta se ela é falsa e verdadeira. Mesmo assim, Pelegrini comprova que em algumas cédulas a caneta não detectou a falsificação.

No Terminal Central a história se repete. ''Aparece muita nota falsa, mas a gente não cai mais nesta'', conta Osmar Amantea Filho, vendedor de vale-transporte para usuários de coletivos. Ele conta que as notas mais falsificadas são de R$ 10 e R$ 50. E dá a 'receita' de como não ser passado para trás: ''É só ver se tem a ''serrinha'' - alto-relevo da nota - no meio do dinheiro. Ver se aparece a moça (figura em marca d'água) contra a luz. Depois, para não deixar dúvidas, ver se aparece a palavra BC (Banco Central) no canto esquerdo da nota''.

A reportagem da FOLHA usou uma nota falsificada de R$ 50 para pagar uma refeição à comerciante Josemara Ramos Valandro. Ela já estava passando o troco quando foi avisada pelo repórter que se tratava de uma cédula falsa. Incrédula, com cara de surpresa, a empresária diz que teria sido enganada por causa da fita colante transparente que unia a nota rasgada, já velha e surrada. ''Juro não deu para perceber'', lamentava.

''Existem tantas outras variáveis no estado de espírito das pessoas que às vezes ela não percebe que está sendo passada para trás'', explica Wagner, que, além de perito criminal, é responsável pela Unidade Técnico Científica da Delegacia da PF em Londrina. ''A pessoa que recebe a nota falsa pode estar com pressa, com filas de clientes, entre outros motivos que pode levá-la ao engano sobre a veracidade da cédula.''

Wagner explica que a marca d'água, o fio metálico, a imagem latente das inciais BC ajudam muito na identificação da cédula (veja quadro nesta página). ''Mesmo o alto-relevo - chamada de calcografia - na região central da nota, conhecida por serrinha, não basta. Os falsários descobriram uma maneira de fazer ranhuras nesta região para enganar as pessoas'', alerta.

Para o perito é necessário checar todos estes elementos para identificar se é verdadeira a cédula. Ele explica que com os avanços tecnológicos das impressoras caseiras, ficou fácil falsificar. ''Hoje não são só quadrilhas que falsificam notas, mas pessoas que possuem tais equipamentos de impressão'', esclarece. Segundo ele, as regiões de Maringá, Arapongas, Apucarana e, principalmente, Londrina, apresentam um alto índice de notas falsas apreendidas. ''Não tenho números fechados, mas de setembro do ano passado para cá, aumentou consideravelmente o número de perícias em notas falsas'', destaca.

Fonte: Folha de Londrina

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