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Informalidade no setor têxtil chega a 27%

O Paraná tem um índice de informalidade de 27% nos setores têxtil, vestuário, couro e calçados. O Estado conta com 89 mil trabalhadores com carteira assinada. No Brasil, a taxa de informais é maior ainda: são 2 milhões de funcionários formais e 1 milhão sem carteira assinada. O assunto foi tema do 2º Seminário da Informalidade que aconteceu ontem em Curitiba e contou com a participação da Confederação Nacional dos Trabalhadores nos Setores Têxtil, de Vestuário, Couro e Calçados.

A presidente da Confederação, Eunice Cabral, disse que a informalidade prejudica tanto os trabalhadores como as empresas. Ela acredita que com o aumento do número de pessoas com carteira assinada seria possível até discutir uma redução da carga tributária. A informalidade também tem levado cada vez mais a doenças ocupacionais como lesões por esforços repetitivos. Outro grande problema no setor são os maquinários. Hoje, 50% dos equipamentos utilizados nestes segmentos estão obsoletos.

Hoje, o Brasil conta com 30 mil empresas e o Paraná com 4 mil, sendo 490 em Londrina. Segundo Eunice, outro grande problema que ocorre no setor é a guerra fiscal entre os Estados. De acordo com ela, as empresas saem dos grandes centros e se instalam principalmente em locais que oferecem mais incentivos como o Nordeste e os Estados do Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Ela informou que as prefeituras destes locais oferecem galpões, maquinários e isenção de impostos. Com a falta de organização sindical nestas localidades, a mão-de-obra acaba ficando mais barata e os trabalhadores recebem salário mínimo.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário de Londrina, José Ricardo Leite, destacou que, só em Londrina, 15 empresas deixaram a cidade para se instalar em outros Estados, especialmente o Mato Grosso do Sul, por conta dos incentivos fiscais nos últimos dois anos. Com isso, foram fechados 1.800 postos de trabalho em Londrina. Eunice lembrou que os calçadistas do Rio Grande do Sul estão transferindo as empresas para o Nordeste do Brasil por conta dos incentivos.

O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Sandro Silva, lembrou que os salários no setor são muito baixos. Ele destacou que no Norte do Paraná há falta de mão-de-obra porque as pessoas que são qualificadas não se submetem a ganhar pouco. Isso acaba também aumentando a informalidade. No Paraná, a média salarial no setor é R$ 470,00 para 44 horas semanais e no Brasil fica ainda mais baixa - R$ 400,00. ''O real valorizado também incentiva as importações e prejudica o setor'', disse ele.

Silva destacou ainda que o setor têxtil e de vestuário é o segundo maior empregador no Estado e responde por 14% das vagas, só perde para o segmento de alimentos e bebidas que gera 29% dos postos de trabalho do Paraná.

Fonte: Folha de Londrina

Desenvolvido por Agência Confraria

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