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Merkel: Brasil tem área suficiente para cana; os vizinhos, não

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse nesta quinta-feira (15) que o Brasil tem terras disponíveis para plantar cana-de-açúcar para produzir etanol, mas ressalvou que essa não é a situação de países vizinhos, como a Argentina. Ela disse estar preocupada com a concorrência entre a produção de alimentos e a de biocombustíveis em países onde as áreas disponíveis para agricultura são reduzidas.

"Sabemos que países vizinhos, a Argentina por exemplo, talvez não tenham áreas agrícolas disponíveis. O Brasil sim, dispõe de vastas áreas", disse Merkel em visita à fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP), onde foi inaugurado um centro virtual de desenvolvimento de veículos.

A chanceler disse que a Alemanha não é contra a produção de biocombustíveis e que poderá adotar os motores flex (que funcionam com a mistura de combustíveis) na frota de veículos do país, mas voltou a dizer que a Alemanha não antecipará o prazo da União Européia para adicionar combustíveis vegetais aos combustíveis fósseis. "Não somos contra, os biocombustíveis vão conquistar a Europa, mas queremos que os métodos de produção sejam transparentes", acrescentou.

Ontem, em Brasília, a assinatura do Acordo de Cooperação no Setor Energético entre Brasil e Alemanha não diminuiu a guerra de comunicação entre os dois países em relação aos biocombustíveis. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiu convencer Merkel a antecipar para 2009 o aumento da mistura do etanol à gasolina, de 5% para 10%. A chanceler já havia dito que seguirá o cronograma europeu, que prevê a mistura de 10% em 2020, e justificou que parte da frota de veículos do país é antiga e não está adaptada ao álcool.

Na quarta-feira à noite, o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, saiu em defesa do etanol em jantar organizado em conjunto com a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha para Merkel. "Não é verdade que ocupamos áreas agricultáveis com a cana, prejudicando a produção de alimentos. O que precisamos é trabalhar pela diminuição dos subsídios e pela redução das tarifas dos produtos agrícolas. Teremos essa oportunidade com a Rodada Doha e precisamos do apoio da senhora primeira-ministra."

Merkel respondeu que é preciso mais transparência na marcação das áreas de plantio e, com relação à Doha, "é preciso encontrar um meio termo", ou seja, um acordo vantajoso para todos.

Nesta quinta pela manhã, na visita à fábrica da Volkswagen, a chanceler alemã destacou que, além da questão dos alimentos, há também o temor de que pequenos agricultores sejam expulsos do campo pelo agronegócio. O assunto será tema de discussões da 5ª Cúpula América Latina, Caribe e União Européia, amanhã, em Lima (Peru). Ela e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajam hoje para Lima.
Fonte: Agência Estado

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