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Brasil tem 3,5 vezes mais jovens desempregados do que adultos

A falta de experiência, a necessidade de aliar emprego e escola e a falta de oportunidade estão entre as razões para o fato de que o desemprego juvenil é maior que entre adultos. E, no Brasil, esse problema é ainda mais agudo; na pesquisa "Juventude e políticas sociais no Brasil", ele é o país que tem a maior taxa proporcional de jovens desempregados, comparado com outros nove países. O estudo foi elaborado pelos técnicos Jorge Abrahão de Castro e Luseni Aquino, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Brasil tem taxa de 46,6%. Os países latino-americanos, México e Argentina, vêm em seguida com 40,4% e 39,6%, respectivamente. Depois está o Reino Unido, 38,6%; a Suécia, com 33,3%; os Estados Unidos, com 33,2%; a Itália, com 25,9%; a Espanha, com 25,6%; a França, com 22,1% e a Alemanha, com 16,3%.

São 3,5 vezes mais jovens desempregados do que adultos - com mais de 24 anos. A maioria desses jovens necessita do emprego para contribuir com a subsistência familiar e alguns poucos para ter oportunidades de aprendizado, acesso ao lazer e à cultura, e à autonomia econômica.

Na luta para entrar no mercado de trabalho, esses jovens - que muitas vezes têm que abrir mão de ir para a escola, para o curso de qualificação - encontram empregos de curta duração e de baixa remuneração, o que dificulta a emancipação financeira. "As trajetórias ocupacionais se tornam mais incertas, na medida em que a rápida transformação do mundo do trabalho pode, em pouco tempo, tornar obsoletas determinadas qualificações", disse a pesquisa.

Os jovens de famílias trabalhadoras e de baixa renda ficam circulando entre essas ocupações, no mercado informal. De acordo com a pesquisa, além de não favorecer a conclusão da educação básica, é, muitas vezes, avaliada negativamente pelos empregadores. "Segue que este processo tende a reproduzir, na trajetória destes jovens no mundo do trabalho, as desigualdades sociais herdadas da geração anterior", acrescentou o estudo.

A alta taxa de desemprego juvenil, na faixa abaixo de 17 anos, indica que grande parte das famílias não tem meios de manter os jovens fora do mercado do trabalho até completar o ensino médio. Assim, percebe-se uma dificuldade cada vez mais notória de se realizar a transição da escola para o mundo do trabalho.

A sociedade vê no desemprego juvenil um campo para a disseminação da violência e a ampliação da pobreza e, segundo a pesquisa, ele é realmente um problema social, pois "por definição, o desempregado expressa o desejo, a necessidade e a disponibilidade de obter um trabalho assalariado".

Para enfrentar o desemprego juvenil, os governos brasileiros implementaram algumas políticas voltadas para incentivar a contratação de jovens, ou a qualificação profissional. A formação profissional pode ser instrumento para diminuir a rotatividade no emprego e permite que jovens possam buscar ocupações mais interessantes e começarem a construir uma carreira profissional.

Já nas políticas de incentivo à contratação, os benefícios não são tão explícitos. Quase todas - subsídio, transferindo para o Estado uma parte do custo salarial; redução dos encargos não salariais para a contratação de jovens - as tentativas tiveram baixa adesão do empresariado. Além disso, pelo já baixo custo da mão de obra do trabalhador jovem, elas não produziram grande impacto.

Para a pesquisa "as políticas de emprego devem contribuir não apenas para autonomia econômica, expressa na obtenção de uma renda própria, mas também para sua socialização em um ambiente diferente da sua família, vizinhança e escola".
Fonte: Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar / Adital

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