Fiscais do trabalho encontraram 27 bóias-frias, entre eles quatro adolescentes, em situação semelhante à escravidão em uma fazenda no município de Cerro Azul, na região metropolitana de Curitiba, nesta quinta-feira (12). Os trabalhadores viviam em condições precárias, sem água potável e sem banheiros. Eles ainda eram explorados pelo dono da propriedade que não registrava em carteira os trabalhadores. O flagrante coincide com o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil.

Os bóias-frias trabalhavam na colheita de tangerina e não tinham acesso a equipamentos de proteção. A fiscalização foi realizada pelo Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT/PR) em conjunto com a Superintendência Regional do Trabalho. Os trabalhadores, também, eram transportados em carrocerias de tratores, sobre caixas utilizadas para armazenar as frutas.

O procurador Luercy Lino Lopes disse que foi este transporte irregular que chamou atenção dos fiscais. “Observamos que os trabalhadores estavam sendo levados para a lavoura de forma irregular. Quando chegamos lá constatamos que as condições de trabalho eram análogas as de escravidão”, afirma Lopes.

Os fiscais do trabalho ainda estão no local ouvindo os trabalhadores. O proprietário deve ser obrigado a pagar todos os direitos trabalhistas dos empregados, pode ser multado e responder criminalmente.
Fonte: Gazeta do Povo