Portal do SMC - Acesse aqui

Fique Ligado

Hyundai, de Goiás para o mundo

Após vários adiamentos, a fábrica da Hyundai em operação pelo grupo brasileiro Caoa em Anápolis (GO) está pronta para o início da produção do utilitário-esportivo Tucson, veículo que vendeu 50 mil unidades da versão importada da Coreia desde 2005. Ao mesmo tempo em que entra em linha no Brasil, o modelo deixa de ser feito pela matriz, que o substituirá pelo iX35. A decisão abre espaço para a empresa brasileira exportar a atual versão para países da América Latina, pois a partir de 2010 será a única fabricante desse veículo.

Anunciada para 2008, a inauguração da segunda linha da fábrica goiana, que produz a camioneta HR desde abril de 2007, ocorrerá no último trimestre, após um grupo de técnicos da Hyundai coreana homologar o processo produtivo. A fábrica produzirá mais de 2 mil unidades do Tucson por mês.

Com o utilitário, o segundo veículo mais vendido nesse segmento no País, a Caoa reforçará a presença das marcas asiáticas no mercado brasileiro, hoje responsáveis por 12% das vendas totais de automóveis comerciais leves. Em 2000, era 5,7%, incluindo as vendas das japonesas Honda e Toyota.

"Já investimos R$ 800 milhões na fábrica e planejamos mais R$ 400 milhões até o fim de 2010", informa Carlos Alberto de Oliveira Andrade, presidente do grupo Caoa. O novo valor será destinado a mais dois produtos a serem fabricados em Goiás - um sedã, cuja linha de montagem já está sendo preparada - e outro utilitário, talvez o próprio iX35, que terá características de um crossover (mistura de utilitário e sedã). Ele será lançado em setembro e, como o Tucson, inicialmente virá da Coreia.

Para iniciar a produção do Tucson, a fábrica goiana recebeu uma linha de montagem mais automatizada, com robôs importados da Alemanha e moderna cabine de pintura. Para driblar a poeira vermelha que paira sobre o ar da cidade durante metade do ano - e que pode danificar a pintura dos veículos -, a empresa desenvolveu vedação especial nas câmaras e ampliou o número de "air showers", cabines especiais que proporcionam uma espécie de banho de ar para "limpar" as pessoas que entram na área.

A fábrica produz atualmente 400 unidades do HR por mês. A crise que derrubou a venda de veículos de carga no País fez a produção cair um terço. "No pico do ano passado produzimos 1,2 mil unidades ao mês", afirma Annuar Ali, vice-presidente da Caoa.

Com a produção tão baixa, a fábrica de 180 mil m², que abriga amplos galpões subdivididos em armazém de peças, linha de solda, pintura e acabamento final, parece pouco movimentada, com 600 funcionários espalhados pelo complexo. Para a produção do Tucson a empresa já iniciou a seleção de mais 300 operários. "Até o fim de 2010, a ideia é mais que triplicar o quadro atual", diz Ali. O salário médio mensal para um metalúrgico na região é de R$ 800.

MONTAGEM

A maioria dos componentes do HR chega em enormes contêineres. As partes de estamparia, como portas e capôs, são soldadas, passam por tratamento e pintura e são agregadas aos demais componentes, como painel, motor e pneus. Só para montar a cabine, a fábrica recebe 200 componentes.

Além das peças importadas, o HR recebe componentes de quatro fornecedores locais. Bancos são feitos pela Johnson Controls, vidros pela Saint-Gobain, para-choques pela Plascar e pneus da Goodyear. Nos primeiros meses de produção, o Tucson receberá 100% de peças importadas, mas, ao longo do tempo, serão desenvolvidos fornecedores locais. Para exportar ao Mercosul, a exigência é de 60% de nacionalização.

Segundo Ali, o grupo vai oferecer parte da área de 1,4 milhão de m² onde está a fábrica para a instalação de fornecedores que quiserem ir para Goiás.

No amplo terreno adquirido do governo estadual por preço simbólico, a Caoa instalou uma pista de testes, uma estação de tratamento de água e esgoto (ao custo de US$ 6 milhões), um lago artificial para armazenar água da chuva e um viveiro de mudas de árvores da região, que serão plantadas no terreno e distribuídas aos moradores. Um galpão para reciclagem de produtos e oficina de cursos para a população está em obras.

A fábrica tem capacidade para 54 mil veículos ao ano e opera em um turno, mas, com pouco investimento, segundo Ali, poderá dobrar esse volume. Na chegada à fábrica, há placas indicando o nome Caoa Montadora de Veículos. No alto do prédio principal, porém, só aparece o nome Hyundai, a quem o grupo paga royalties pelo uso de tecnologia.

Fonte: Estadão

Desenvolvido por Agência Confraria

O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) utiliza alguns cookies de terceiros e está em conformidade com a LGPD (Lei nº 13.709/2018).

CLIQUE AQUI e saiba mais sobre o tratamento de dados feito pelo SMC. Nessa página, você tem acesso às atualizações sobre proteção de dados no âmbito do SMC bem como às íntegras de nossa Política de Privacidade e de nossa Política de Cookies.