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Brasil e China viram porto seguro para investidores na crise

Grécia, Irlanda e Hungria -países cujos níveis de endividamento são vistos como perigosamente altos e ascendentes- estiveram entre os mercados mais prejudicados pelo pânico com relação à moratória de Dubai, devido ao medo de contágio entre os investidores.

Mas a regra de investimento que dispunha vender ativos de mercados emergentes e comprar papéis dos mercados desenvolvidos, tradicionalmente mais seguros, nos momentos de crise parece ter sido virada de cabeça para baixo depois do impasse sobre a dívida do emirado do golfo Pérsico surgido na semana passada.

Os títulos de mercados emergentes como Brasil e China registraram pesado fluxo de recursos e estão sendo tratados como refúgios pelos investidores, devido à situação mais saudável das finanças públicas nos dois países, enquanto os mercados de títulos de dívida da Grécia e da Irlanda viram uma forte onda de vendas.

Esse fator sublinha a mudança na dinâmica da economia mundial. Os riscos do alto endividamento dos países industrializados se tornaram uma das maiores preocupações para os investidores.

Muitas economias emergentes, devido ao seu baixo endividamento e à gestão econômica prudente, parecem ter sobrevivido à crise de maneira mais efetiva que os países mais ricos.

Em 2010, a relação entre dívida pública e PIB deve subir a 111% e 80% na Grécia e na Irlanda, respectivamente. Em contraste, as projeções para a relação dívida/PIB na China e no Brasil estão estáveis em 46% e 65%, respectivamente.

Nigel Rendell, estrategista sênior de mercados emergentes na RBC Capital Markets, diz que "muitos dos países com as mais altas dívidas públicas estão no grupo dos industrializados. Grécia e Irlanda têm alto endividamento e é por isso que seus títulos passaram a sofrer pressões no mercado nos últimos dias".

O Japão tem a maior relação dívida/PIB no mundo. A projeção é que ela supere os 200% em 2010, enquanto para os EUA e o Reino Unido a projeção é de alta para 97% e 89%, respectivamente.

Gary Jenkins, diretor de pesquisa sobre mercados de renda fixa na Evolution, diz que "os governos dos países industrializados na prática se hipotecaram até o limite a fim de escapar da crise financeira. Essas dívidas terão de ser pagas um dia, e isso significa preocupação continuada quanto à situação delas, para os investidores, até que o valor seja reduzido".

Muitos analistas afirmam que o pânico quanto à moratória de Dubai deve passar logo, porque se trata de uma economia minúscula cujos problemas ficam confinados ao emirado. Mas o impasse quanto à sua dívida redespertou uma das maiores preocupações dos investidores: o elevado endividamento de muitas economias.

Caso os níveis de dívida não sejam reduzidos, economias como as da Grécia e da Irlanda continuarão vulneráveis a futuros choques financeiros, e é provável que seus mercados venham a sofrer novas pressões.

Fonte: Folha de S. Paulo

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