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Renault: Expansão demandará parada de dois meses na linha

A linha de produção da Renault em São José dos Pinhais, PR, ficará parada por dois meses a partir de novembro. No período, explica Olivier Murguet, presidente da companhia, serão realizadas obras de expansão produtiva na unidade, que recebe R$ 500 milhões em investimento para praticamente dobrar sua capacidade.

Murguet foi um dos palestrantes do Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2012, realizado na segunda-feira, 11, no Hotel Sheraton WTC, em São Paulo. O executivo afirmou que não há como seguir com as obras de expansão sem paralisar temporariamente a produção. "Vamos renovar completamente as linhas de pintura, montagem, carrocerias e toda a logística. A fábrica foi originalmente projetada para produção de até 30 veículos por hora, e passaremos a 60 unidades por hora".

Assim a fabricante pisará com toda força no acelerador da produção para encher os estoques até novembro e, desta forma, não prejudicar as vendas no fim de ano e primeiro bimestre de 2013. Ainda assim, reconheceu Murget, será difícil manter a velocidade atual de crescimento da marca em vendas – 30% nos primeiros cinco meses do ano, muito superior à média do mercado, em queda de 5% no período.

Alguns fornecedores já foram avisados que pedidos serão adiantados e, segundo o executivo, "estão comprometidos com a Renault, bem como a rede de concessionárias". A unidade de veículos comerciais, compartilhada com a Nissan no próprio Complexo Ayrton Senna, não será afetada.
O aporte projeta o mercado futuro do Brasil, que na visão de Murguet chegará a 4,5 milhões de unidades em 2017. O presidente, entretanto, enxerga com restrições a participação da produção local neste mercado futuro: "O Custo Brasil nos faz questionar novas expansões e investimentos".

O executivo comparou no Seminário o custo de transporte por quilômetro de Curitiba, PR, para Belo Horizonte, MG, distantes aproximadamente 1 mil quilômetros, com o da Romênia, onde estão fábricas da Dacia, à França, sede da companhia, a 2 mil quilômetros. Por aqui o valor chega a € 0,38, enquanto na Europa fica em € 0,21 – diferença de quase 80%.

Há forte variação também no período necessário para transporte dos veículos da fábrica à rede, demonstrou. No trajeto europeu, que usa uma combinação dos moldais ferroviário, rodoviário e marítimo, é de 30 dias. No Brasil, apenas com o rodoviário, são necessários 51 dias.

Murguet alertou para o aperto das margens das empresas, que não conseguem repassar integralmente a inflação para o preço dos seus veículos, bem como a alta carga tributária. Por fim apontou a perda de competitividade dos componentes: no Índice Renault, onde usa-se a França como base 100, o Brasil já chegou a 97 pontos – eram 79 até 2006. "Estamos apertados por todos os lados."

Em sua apresentação o presidente da Renault afirmou também que a ação do governo em reduzir o IPI até o fim de agosto salvou a indústria brasileira de um drama. "O mercado em queda provocava promoções e guerras de preços para queimar os estoques que, uma vez liquidados, refletiria nas fábricas, com férias coletivas e demissões. Este cenário foi evitado graças às medidas."
No fim do ano passado a companhia projetava para 2012 vendas na casa de 3,6 milhões de unidades, número revisto pra baixo em abril, quando passou a 3,1 milhões de veículos. Mas, após o anúncio do desconto no IPI, Murguet retomou a projeção original.

Fonte: Autodata
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