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Paraná volta a disputar fábrica da Toyota

O Paraná está de volta na disputa pela fábrica da Toyota. Nesta semana, executivos da matriz japonesa da companhia estiveram no estado para avaliar pessoalmente os terrenos que poderiam receber a nova unidade da montadora no Brasil. A visita do executivo técnico sênior, Hiroyuki Watanabe, do gerente de projetos, Masahiro Takeda, e do analista da Toyota, Alex Otani, reacende as expectativas em torno da vinda do grupo japonês.

A instalação da fábrica no estado, segundo fontes do setor, estava praticamente descartada pela empresa porque os terrenos pretendidos, numa área de 456 hectares em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, tinham limitações ambientais. De acordo com um documento da Sanepar, parte da propriedade havia sido enquadrada como manancial e tinha potencial para futura captação de água.

No entanto, explicou ontem o secretário de estado do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, o governo optou por “desqualificar” aquela área como manancial, criando outra maior, também em São José dos Pinhais. “Diante da importância deste investimento, fizemos um esforço conjunto entre Instituto Ambiental do Paraná, Sanepar, Comec, Secretaria da Indústria e Comércio, para encontrar uma saída. E o esforço foi passar para um área maior para atender àquela empresa.” Essa “compensação ambiental” também teria sido feita, segundo ele, às vésperas da instalação da fábrica da Renault, na mesma cidade.

Segundo Rodrigues, a Toyota exigiu uma comprovação formal de que os terrenos poderiam ser utilizados, o que foi feito há cerca de 40 dias. “Se você tem uma área e existe uma forma de resolver e você não faz, fica a impressão de que o governo não quer a empresa.” Com a exclusão daquela região como manancial, mesmo que a Toyota desista do investimento, o terreno ficará à disposição de outras empresas.

O secretário da Indústria e Comércio, Virgílio Moreira Filho, não comentou a vinda dos japoneses. Segundo Rodrigues, ele sabia que eles tinham agenda a cumprir no Paraná, mas até a tarde de ontem não havia nenhum encontro marcado entre os executivos da Toyota e o governo.

Guiados pelo ex-secretário do Meio Ambiente, Hitoshi Nakamura, que trabalhou no governo de Jaime Lerner, os executivos da Toyota também se encontraram com o prefeito de Curitiba, Beto Richa, por ocasião das comemorações do centenário da imigração japonesa. Segundo informações da assessoria de imprensa da prefeitura, por três vezes Richa fez questionamentos aos japoneses sobre a fábrica, mas eles desconversaram. Disseram apenas que “quem sabe teriam novidades”.

Darci Fantin, empresário que é dono de um dos terrenos onde a Toyota planejaria se instalar – há um haras no local – declarou ontem, por meio de sua secretária, que “não foi procurado pelo grupo japonês”. A fábrica também precisaria de um terreno onde fica outro haras, do empresário Jael Bergamaschi Barros, mas ele não foi encontrado para comentar o assunto.

Ninguém quer falar abertamente sobre as negociações com a Toyota, para não criar desavenças com a companhia. A negociação com a montadora dura mais de um ano, e até o momento o governo tem silenciado sobre o assunto.

Estratégia parecida foi adotada na negociação com a fabricante de pneus Yokohama, também japonesa. Segundo Virgílio Moreira Filho, a instalação da empresa em São José dos Pinhais era praticamente certa, mas há alguns dias os planos mudaram com a oferta, por parte dos estados da Bahia e de Pernambuco, de benefícios fiscais aos japoneses. Em face da proposta de “presentear” o grupo com uma fábrica, o governador Roberto Requião prometeu inclusive ir à Justiça contra os dois estados por conta da guerra fiscal.

Fonte: Gazeta do Povo

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