O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve oficializar nesta quarta-feira, quando retornar de viagem à Guatemala e Cuba, o convite para o senador Edison Lobão (PMDB-MA) assumir o Ministério de Minas e Energia.

Lula aceitou na última quinta-feira a indicação do comando do PMDB para nomear Lobão. A cúpula do partido aguarda que o governo oficialize a partir desta semana uma série de indicações da legenda para cargos de confiança em estatais.

Interlocutores afirmaram que a expectativa aumentou depois que o presidente disse aos peemedebistas que a nomeação para o Ministério de Minas e Energia seria a primeira da lista reivindicada pela legenda.

Na conversa que teve com o comando do PMDB, Lula também aceitou a indicação de Jorge Luiz Zelada para a Diretoria Internacional da Petrobras. De acordo com os peemedebistas, a lista de indicações inclui o nome do ex-governador de Santa Catarina Paulo Afonso Vieira para a Eletrosul, além cargos na Eletrobrás, na Eletronorte e em diretorias de Furnas.

A Folha Online apurou que durante a reunião, o presidente ouviu do líder em exercício do PMDB no Senado, Valter Pereira (MS), que o partido apóia as medidas que buscam compensar parte da perda da arrecadação com o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

Entre as medidas está o aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operação Financeira) e da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) do setor financeiro, além da realização de um corte de R$ 20 bilhões nas despesas de custeio e investimento dos três Poderes.

Restrições

O líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), admitiu na semana passada que o futuro ministro de Minas e Energia terá restrições para nomear sua equipe, já que uma das recomendações do Planalto a Lobão será a manutenção dos nomes do PT que já ocupam cargos em Minas e Energia e em departamentos e estatais ligadas à pasta.

Usando uma expressão do meio político, Jucá afirmou que "não existe nenhum ministério de porteira fechada". Ou seja, Lobão não terá poder para nomear toda a equipe que trabalhará com ele em Minas e Energia. "Essa [porteira fechada] não é uma regra do governo", disse.

Fonte: Folha de São Paulo