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Brasil vai estimular plantio de trigo

O governo decidiu que o Brasil vai ter uma política para caminhar em direção à auto-suficiência no abastecimento de trigo, abandonando uma postura adotada duas décadas atrás, quando o economista Delfim Netto era ministro da Agricultura do governo do general João Batista Figueiredo (1979-1985).

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, diz que o governo deve divulgar esta semana o Plano Qüinqüenal para o Trigo, com medidas para estimular o plantio e elevar a produção para 7,1 milhões de toneladas em cinco anos. Esse volume deverá representar 60% do consumo brasileiro, de 10,2 milhões de toneladas.

A produção atual é de cerca de 4 milhões de toneladas. O restante do consumo é suprido com as importações, cada vez mais problemáticas num momento em que a demanda por trigo aumentou em todo o mundo, há quebra de safra na China, o maior produtor (103 milhões de toneladas, com possibilidade de redução de 5 milhões, por causa da forte estiagem no norte do país) e também importador. O maior fornecedor do Brasil nessa área, a Argentina, revelou-se pouco confiável. Suspendeu a venda do trigo e tornou-se o grande pesadelo dos moinhos do País.

"A intenção é aumentar bem a produção nos próximos quatro, cinco anos, até alcançarmos a auto-suficiência", afirma Stephanes ao Estado. Ele diz que conhece o problemático histórico da produção de trigo no País porque era secretário da Agricultura do Paraná quando o Brasil tinha tudo para se tornar auto-suficiente na produção. Mas, por causa da opção do governo, virou um grande importador. "Durante o governo Figueiredo, o então ministro Delfim Netto achou que seria mais econômico para o País importar trigo da Argentina, Canadá ou Estados Unidos, que tinham grandes excedentes."

Do final dos anos 80 para cá, o preço do trigo não parou de subir. "Hoje, o custo da produção da tonelada no Brasil está em cerca de US$ 480. Como o preço de importação fica entre US$ 600 e US$ 700, e não deverá cair muito, a produção até US$ 500 é compensatória para o País", diz.

No pacote de incentivos para o produtor de trigo, o governo já definiu pelo menos uma medida: reajustará o preço mínimo de R$ 400 para R$ 480 a tonelada para o produto na região Sul. Como o preço mínimo serve de base para os financiamentos bancários e é o referencial do governo nos leilões de apoio à comercialização, esse pode ser um importante passo para animar o produtor.

QUALIDADE

Armando Portas, diretor do Departamento de Sementes e Mudas da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) da Secretaria de Agricultura do governo de São Paulo, diz confiar na possibilidade de o Brasil alcançar a auto-suficiência na produção de trigo. "Nunca podemos deixar de sonhar. Temos de fazer como o escritor Monteiro Lobato, que falava num distante Brasil auto-suficiente em petróleo."

Um acordo entre o Cati e o Sindicato da Indústria do Trigo de São Paulo tem possibilitado aos produtores do Estado a obtenção de sementes para o plantio e produção de trigo de alta qualidade. "Temos conseguido uma produção de qualidade semelhante ao dos plantadores de Cristalina, em Goiás", diz ele. "A semente é um insumo que tem peso de cerca de 20% na produção do trigo. Pelo acordo, os moinhos fornecem a semente para o produtor, que se compromete a vender no mínimo 50% de sua colheita para quem forneceu a semente. A semente é paga não em dinheiro, mas em grãos, em dobro do que ele pegou. Se recebeu uma tonelada, paga com duas."

Essa política, de acordo com Armando Portas, levou o Estado de São Paulo a melhorar sua produção de trigo. Atualmente, a área plantada no Estado está entre 50 mil e 60 mil hectares.

Fonte: Estadão

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