Em solidariedade a demissão arbitrária de nove companheiros, os 290 trabalhadores(as) da empresa paralisaram as atividades na manhã desta sexta (26) até Brandl voltar atrás

Os 290 metalúrgicos e metalúrgicas da Brandl do Brasil, localizada em Campina Grande do Sul (PR), deram, na manhã desta sexta feira (26), uma exemplar demonstração de solidariedade e mobilização para toda a categoria ao paralisar as atividades da fábrica em protesto contra a demissão injustificada de nove companheiros de trabalho.

Numa atualidade em que cada vez mais se propaga no mundo a ideologia da individualidade, com teorias absurdas e egoístas de que cada um deve pensar em si mesmo, sem se importar com os outros, só o fato em si da paralisação de hoje por solidariedade já havia sido uma vitória dos trabalhadores.

Porém, o mérito ficou maior ainda porque, além dos trabalhadores conseguirem suspender as demissões, ainda conquistaram um bom acordo para a data base 2012 e 2013.

No acordo fechado, os trabalhadores conquistaram:

Data base 2012
- Piso salarial de R$ 1.200 para dezembro de 2012

- reajuste salarial de 9% para dezembro de 2012

- aumento do vale mercado de R$180 para R$ 250

- abono salarial de R$ 3 mil com pagamento em parcela única para fevereiro de 2013

- redução da jornada de trabalho de 42 para 40 horas semanais há partir de 1º de janeiro de 2013

- aumento do adicional noturno para 25%

- renovação das demais clausulas sociais previstas em lei

Data base 2013
- aumento real de 4% + INPC

- abono salarial de R$ 3.500

- renovação das demais clausulas sociais previstas em lei

Luta e conquista
A indignação dos trabalhadores explodiu ontem à tarde, quando sem mais, nem menos, a empresa demitiu sem justificativa nove companheiros de trabalho, inclusive uma cipeira. Contrariados com a atitude arbitrária da Brandl, os trabalhadores da empresa acionaram o Sindicato, que compareceu nesta manhã (26) para atender os trabalhadores e liderar a negociação pela suspensão das demissões.

Em assembleia, em porta de fábrica, os trabalhadores então decidiram entrar em greve até que a empresa voltasse atrás e de quebra, exigiram também a definição da Data Base. Os trabalhadores deram um prazo até as 9h para que a empresa tomasse uma atitude, senão iriam para casa e nova assembleia somente na segunda.

Diante disso, a Brandl não teve outro jeito a não ser chamar o Sindicato para negociar.

1º proposta negada
Ao voltar da mesa de negociações, o Sindicato realizou uma nova assembleia com os trabalhadores para apresentar a seguinte proposta feita pela empresa:

- Piso salarial de R$ 1.200 para dezembro de 2012

- reajuste salarial de 9% para dezembro de 2013

- aumento do vale mercado de R$180 para R$ 200

- abono salarial de R$ 2 mil  com pagamento em duas parcelas (R$ 1 mil em janeiro e R$ 1 mil em fevereiro de 2013)

- redução gradativa da jornada de trabalho de 42 para 41 horas semanais em 2013 e para 40 horas em 2014

- suspensão das demissões

Colocada em votação, a proposta foi rejeitada, com os trabalhadores exigindo já para a data base 2012 a redução imediata da jornada de trabalho para 40 horas, R$ 3 mil de abono e aumento do vale mercado para R$ 250.

Assim, diante da determinação dos trabalhadores, a empresa não teve outro jeito a não ser ceder.

A Brandl  do Brasil é uma multinacional alemã que fabrica peças para montadoras como Renault, Volkswagen, Ford entre outras.

Confira mais fotos da mobilização desta manhã aqui.