A Força Sindical do Paraná e outras centrais fizeram na manhã de hoje (06/08) um grande ato público no centro de Curitiba contra o projeto de Lei nº 4330, que amplia as terceirizações e precariza os direitos dos trabalhadores. Mais de mil pessoas participaram da manifestação, que percorreu toda a rua XV de Novembro e terminou em frente à Associação Comercial do Paraná (ACP). Dirigentes da Força, CUT, CTB, CSP Conlutas, CSB e Nova Central, deram seu recado no caminhão de som colocado em frente ao prédio do ACP. “Esse projeto, se aprovado, só vai trazer prejuízo aos trabalhadores. É a precarização total do ambiente de trabalho que precisa ser derrubada imediatamente”, afirmou o presidente da Força PR, Nelson Silva de Souza, o Nelsão.

A delegação da Força saiu em comboio da sede do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), no bairro Rebouças, e percorreu várias ruas do centro até chegar à Boca Maldita. Munidos de faixas, bandeiras e gritando palavras de ordem contra a terceirização, os militantes fizeram uma grande passeata pela Rua XV até a sede da Associação Comercial, onde se encontraram com dirigentes e representantes das centrais sindicais do estado. “Esse projeto de Lei foi articulado pela bancada patronal, é mais uma tentativa de golpe para tentar retirar os direitos dos trabalhadores. Não se pode terceirizar atividade fim. Somos totalmente contra e vamos lutar até o fim pelo arquivamento desse projeto”, comenta o presidente do SMC e vice-presidente da Força PR, Sérgio Butka. "Se esse projeto da terceirização não for derrubado e as outras reivindicações dos trabalhadores não forem atendidas, vamos organizar uma grande paralisação nacional no próximo dia 30 de agosto", completa o líder sindical.

Além de Curitiba, as centrais organizaram manifestações contra o PL 4330 em várias cidades brasileiras, como São Paulo, Brasília, Porto Alegre, e outras.

Projeto aguarda votação na Câmara

O projeto de Lei n º 4330 já foi aprovado pelas comissões da Câmara e está prestes a ser votado em plenário. Apresentado em 2004 pelo deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), o PL possibilita que as empresas terceirizem a mão de obra das atividades consideradas como fim, que são as que constituem o objetivo para o qual a empresa foi criada. O enunciado 331, do TST proíbe este tipo de prática.

A Força Sindical considera que a aprovação do PL 4330 poderia aumentar a precarização das relações do trabalho. A central defende a posição de delimitar o que pode ser terceirizado ou não e que os terceirizados tenham as mesmas convenções coletivas que os trabalhadores das atividades preponderantes, ou seja, os mesmos direitos garantidos.