'Não adianta choramingar', diz Lula ao cobrar votação de MPs
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta segunda-feira, 24, dos partidos aliados ao governo pressa na votação das 23 medidas provisórias (MPs) que estão em tramitação no Congresso (Câmara e Senado), 13 das quais trancam a pauta da Câmara. A cobrança de Lula, durante reunião do conselho político, foi relatada pelo senador Renato Casagrande (PSB-ES) e pelo deputado Beto Albuquerque (PSB-RS). No encontro, realizado no Palácio do Planalto, o presidente disse, segundo Casagrande e Albuquerque, que "quem tem maioria tem de exercer a maioria".
Lula disse também: "Não podemos fazer coro com lamúrias da oposição ou mesmo de setores do governo. Temos de votar. Não adianta choramingar." O senador do PSB do Espírito Santo e o deputado do PSB do Rio Grande do Sul afirmaram ainda que ele pediu que os partidos aliados não tentem resolver as questões fazendo o jogo da oposição.
O presidente referia-se, entre outros, ao PR, que tem ameaçado fazer obstrução às votações, e também a setores do PMDB. "Não adianta o Corinthians, que não anda bem, pedir ao adversário para lhe dar um gol", de acordo com o relato. Depois de ouvir aliados defenderem, na reunião, proposta para definir, no Congresso, que uma MP passe a trancar a pauta sempre que a maioria assim decidisse, reagiu: "Ah, se tem maioria para destrancar (a pauta), por que já não votam as matérias?"
Após a reunião, o líder do PR, Luciano Castro, afirmou que se para limpar a pauta de votações for necessário um enfrentamento com a oposição, a base está disposta a enfrentá-la. Já o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), disse que o governo prefere sempre optar pelo caminho da negociação e do entendimento, Por isso, pede que se votem as MPS que estão trancando a pauta no Congresso. Segundo ele, "esta obstrução radicalizada da oposição está prejudicando os trabalhos".
Fontana ressaltou que o governo quer o diálogo, mas se a oposição insistir no enfrentamento, o governo tem maioria e vai colocá-la em plenário para votar e destrancar a pauta. Segundo ele, "não há custo político" nenhum nisso. "Estamos convocando a base. Ela estará em plenário e vamos votar", prometeu.
Fonte: Estadão