
25 de julho, uma data para reforçar a luta contra a discriminação e por igualdade para as mulheres negras
Nesta sexta-feira, dia 25 de julho, é celebrado o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Comemorada desde 1992, a data marca a luta contra o racismo, o machismo e as desigualdades enfrentadas por essas mulheres.
O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba reforça seu compromisso em ampliar os espaços das mulheres negras no mercado de trabalho e combater qualquer forma de discriminação.
A data, que foi criada para dar visibilidade às lutas das mulheres negras e afrodescendentes, passou a ser comemorada em 1992, após a realização do 1° Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, que ocorreu em Santo Domingo, na República Dominicana.
No Brasil, a data também homenageia Tereza de Benguela, símbolo da resistência negra. Tereza, conhecida como Rainha Negra do Pantanal, foi uma mulher colocada em condição de escravidão que viveu no século XVIII, em uma região que hoje está dentro do estado de Mato Grosso.
Bandeira de luta
O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba mantém firme sua bandeira de luta contra a discriminação racial e pela plena inclusão das mulheres negras no mercado de trabalho. Reconhecendo que o racismo e o machismo as atingem de forma complexa, combinando diferentes formas de preconceito, o SMC atua para que elas não apenas tenham acesso ao emprego, mas também alcancem melhores condições e cargos mais altos. O Sindicato busca eliminar barreiras e promover um ambiente de trabalho verdadeiramente justo, onde o talento e o potencial de cada mulher negra sejam plenamente reconhecidos e desenvolvidos.
Violência
Mulheres negras no Brasil ainda enfrentam violência, baixa renda e pouca representatividade. Segundo dados do Atlas da Violência 2021, os homicídios dessa população aumentaram 2% em 11 anos, enquanto o assassinato de mulheres não negras caiu 27% no mesmo período.
Mercado de trabalho
Em 2023, dados do DIEESE apontam que mulheres negras ganhavam, em média, 38,4% a menos que mulheres não negras. De acordo com a PNAD Contínua do IBGE (2º trimestre de 2023), embora a população negra represente 56,1% da população brasileira, homens e mulheres negros são maioria entre os ocupados, trabalhadores informais e desempregados, revelando a permanência das desigualdades sociais e econômicas.
Nos últimos dez anos, a participação das mulheres negras no setor metalúrgico brasileiro também cresceu e, de acordo com os dados do Ministério da Economia (RAIS 2021), atingiu o resultado de 19,0%. Apesar desse avanço, as dificuldades salariais persistem no ramo metalúrgico, com as mulheres recebendo, em média, 21,2% a menos do que a remuneração dos homens em 2021.
A maioria das mulheres metalúrgicas (90%) encontra-se nos estados de São Paulo (39%), Minas Gerais (12%), Rio Grande do Sul (11%), Santa Catarina (10%), Paraná (08%), Amazonas (06%) e Rio de Janeiro (04%). No período entre 2002 e 2013, as mulheres ingressaram no ramo metalúrgico de forma mais profunda, principalmente no segmento eletroeletrônico, cuja participação feminina passou de 10,4%, em 2002, para 36,3%, em 2013. De acordo com o Dieese, essa dinâmica pode estar associada ao tipo de trabalho executado nesse segmento, que requer o manuseio de pequenos objetos e mobilidade fina, características associadas às mulheres.
Resistência
Diante desse cenário, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba reforça que a luta das mulheres negras é de toda a sociedade e exige políticas públicas, comprometimento das empresas e conscientização coletiva para superar as desigualdades históricas. Neste 25 de julho, a data é mais uma oportunidade para lembrar que a resistência e a força das mulheres negras continuam sendo fundamentais para a construção de um país mais justo, igualitário e sem discriminação.
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